Interior de Santiago é uma região onde o atletismo é pouco evoluído e os poucos atletas que praticam-na enfrentam várias dificuldades, desde ausência de clubs e treinadores onde possam integrar e receber melhores acompanhamentos. Como forma de superar essas ausências e promover a modalidade na região, alguns atletas criaram o “Estrelas de Norte”.
É assim que se chama o primeiro club de atletismo criado em Assomada, “Estrelas do Norte”. Wilson Monteiro, atleta e representante do grupo, diz que a ideia surgiu desde quando ainda corria nas pistas portuguesa. “Quando ainda eu era estudante em Portugal ganhou fui ganhando gosto pelo atletismo e comecei a treinar num club em Leiria, onde competi e arrebatei o primeiro lugar por várias vezes”. Em 2012 quanto regressou Wilson diz ter visto os atletas a treinarem cada um por si, então decidiu ajuntá-los em volta de um club.
“Queria criar um grupo forte que chamasse mais atenção das pessoas para a modalidade”, refere Wilson que continua dizendo que no início treinava sozinho no Estádio Municipal em Assomada, mas aos poucos foram surgindo outros praticantes da modalidade e começaram a trocar ideias para a valorização da modalidade. “No início éramos três, mas agora já somos por volta de vinte e seis, sendo um de sexo feminino”.
A fraca presença feminina no grupo é reflexo da pouca participação das mulheres no atletismo nesta região, salienta Wilson. Segundo este treinador e atleta, o club tudo fará para superar este défice. “Esse é um ponto fraco do nosso projecto, mas pretendemos cativar as meninas, fazê-las sentirem mais abertas para a prática dessa modalidade”, acrescenta.
Os primeiros frutos
O grupo que possui apenas seis meses de existência já realizou em parceria com a Federação Regional de Santiago Norte de Atletismo o campeonato regional de onde conseguiram apurar seis atletas para o campeonato nacional a decorrer na ilha do Sal nas categorias dos 100 metros, 200, 500 e 800 metros.
Walter Cabral atleta de 19 anos aponta-o como referência para dizer que o club irá descobrir e valorizar as potencialidades dos atletas da região. “Wilson viu-me a jogar futebol e disse-me que tenho potencial para correr e daí começamos a treinar duramente, tenho cinco meses de treino, e participei na competição regional nos 100 e 200 metros e consegui apurar para campeonato nacional na categoria dos 200 metros”.
Eva Pereira que também irá estar presente no campeonato nacional na categoria dos 500 e 800 metros diz que ser atleta na nossa região é muito difícil uma vez que há apoios. Contudo, com a criação das “Estrelas do norte” espera-se as coisas melhorem. Para esta campeã de 2009 “tendo um club de atletismo nós teremos mais visibilidade perante a sociedade e os possíveis patrocinadores”.
Apesar da carência dos meios materiais, Walter Cabral sente-se satisfeito estando no grupo e tem a esperança de crescer mais. “Tendo um treinador e um grupo de trabalho acredito que todos os atletas desenvolverão mais as suas capacidades e estarão no topo a nível nacional e o nosso club será um dos melhores de Cabo Verde”, relara Walter.
Wilson Monteiro que sente-se satisfeito com a apuração dos seus atletas diz que, por terem apenas atletas sénior, a ideia do club é preparar atletas para só para competições. “Somos três treinadores e elaboramos os planos de treinos intensos que possibilitam aos nossos atletas elevarem as suas capacidades à escala competitiva”.
Mas a falta de condições de treino é a maior dificuldade que o grupo enfrenta. Actulamente os atletas têm o Estádio Municipal de Assomada como a única alternativa, um espaço bastante procurado pelos desportistas para prática de actividades diversas, desde futebol passando pelo Rugby até aeróbica.
Walter reclama que as vezes o estádio fica totalmente ocupado e têm que usar apenas o espaço da grande área do campo, ou “quando precisamos ir mais além temos que pedir os outros para pararem as suas actividades e deixarem-nos por alguns minutos” e isso tem condicionado muito os treinos.
Por seu lado, Wilson Monteiro reconhece que a ausência de uma pista dificulta muito os treinos, principalmente para as provas de distâncias mais curtas, que variam dos 100 metros até 10 mil metros e as provas em comprimentos, corridas da curva e outras. “Por exemplo, para as corridas da curva tentamos simular as curvas com os cones”, remata.
Mas as carências não param por aqui. A necessidade de caixas de areias, varas e colchões para salto em comprimento, salto com varas e em altura respectivamente são algumas lacunas que limitam os treinos. Actualmente os atletas treinam com alguns meios próprios, como barra e marcação de partida, mas esses meios não são suficientes, acrescenta Wilson.
Para colmatar algumas falhas, o club conta com apoio de algumas empresas, da Federação Regional de Atletismo Santiago Norte, dos amigos atletas residentes no estrangeiro e dos dirigentes e club português onde o Wilson treinava.
O projecto parece querer ir mais além da criação do club. Segundo o responsável, a ideia é criar o club e depois que o mesmo estiver bem firme e reconhecido, “virar as baterias para a formação de atletas juniores e realizar treinos de aeróbica”. O Club tem três treinadores de atletismo e um de aeróbica, “com isso pretendemos realizar actividades com e para todas as idades”, salienta Wilson Monteiro.
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